terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

HISTÓRIA

A Associação de Apoio ao Psicótico - AAPSI é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em 31/07/2003.
Iniciou informalmente seus trabalhos em 1999, por iniciativa de parentes e amigos dos portadores de transtornos mentais que organizaram os primeiros grupos de auto-ajuda. Estes grupos funcionam, desde então, em reuniões semanais, atendendo à necessidade dos portadores de doença mental e seus familiares.
Devido à enorme carência de serviços voltados a essa população e, pensando em todas as limitações e dificuldades que envolvem estas doenças, o grupo de pais e amigos dos portadores, ousou, após quatro anos como grupo de auto-ajuda, ampliar seu leque de ações, formando a AAPSI - Associação de Apoio ao Psicótico, para congregar portadores, amigos e familiares, visando minimizar a grande falta de espaços de discussão e de acolhimento para um número cada vez maior dos atingidos pelos transtornos mentais.
Nosso trabalho é um compromisso social que busca enfrentar uma questão até recentemente invisível para a população onde cada qual suportava seu próprio sofrimento, escondendo o doente em suas casas, porões ou confinando-o no manicômio.
Com a criação da Associação (AAPSI) em 2003 deixamos de ser anônimos e passamos a trilhar um caminho cuja meta é ampliar este apoio ao portador de transtorno mental e ao seu familiar.
Elaboramos um Projeto de criação de oficinas educativas com vistas a fortalecer os aspectos positivos destas pessoas, aumentando sua relação no convívio consigo mesmo, com as pessoas em seu entorno e integrando-as no convívio social e em todos os setores da comunidade, inclusive no mercado de trabalho. Este projeto pressupõe a existência de uma Sede administrativa, uma "Escola de Artes e ofícios" e, futuramente, um setor de acolhimento e hospedagem. Elaboramos este projeto e começamos a vender a idéia.
Neste percurso, conseguimos o apoio da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto que cedeu um terreno. Conseguimos também apoio de pessoas, entidades públicas, religiosas e privadas o que nos permitiu erguer 3 salas, com banheiros e um galpão, na avenida Alice de Moura Bragheto, 255, City Ribeirão. Em 2009, ocupamos este espaço com os Grupos, as Oficinas e Atividades Administrativas.
Estamos em campanha para ampliar este espaço o que permitirá ativar diferentes oficinas e demais atividades educativas culturais e administrativas.
Os participantes são os próprios portadores de doença mental, seus familiares e muitos amigos que compartilham conosco este projeto.
A instituição é reconhecida pelos profissionais da Saúde Mental e pelos gestores como um espaço de grande importância na vida daqueles que são acometidos por sofrimentos psíquicos e para seus familiares.
É reconhecida como Utilidade Pública Municipal, desde 2005, pela Lei 10328.

nota: A imagem  utilizada no início da matéria é uma obra de arte do pintor  Edvard Munch. A intenção foi retratar o sofrimento da pessoa com transtorno mental.

Um comentário:

  1. Olá!

    Eu moro em Caieiras, região Metropolitana de São paulo e gostaria muito de saber se em São Paulo ou aqui tem algum grupo como esse!
    Eu sou portadora de Transtorno Psicótico há 3 anos e meio... tenho 28 anos.. e há algum tempo decidi tentar ter uma vida normal. Longe do quarto escuro e da solidão que a doença impõe sobre mim.
    Estou namorando, estudando para prestar concurso público e conseguir a estabilidade que pessoas como eu tanto precisam.
    Há algum tempo eu venho pensando e conversando com minha familia sobre isso: encontrar um grupo de pessoas que precisem ouvir que é possível ser bonita, inteligente, ter uma vida normal e ser psicótica ao mesmo tempo.
    Eu gostaria de ter ouvido isso quando todas as minhas esperanças se foram...

    Acredito, quero elogiar e agradecer em nome de todos os psicóticos, essa iniciativa de vocês!
    Que vocês sejam abençoados por este trabalho.

    Não é fácil ser psicótica. É matar uns dez leões por dia! É acordar contra a vontade dos remédios e levantar da cama contra a vontade da doença. É se fingir de surda aos apelos suicidas das vozes que insistem em ecoar e segurar nas tênues linhas que nos seguram à realidade.

    Parabéns pelo trabalho (mais uma vez) e obrigada por ter me deixado escrever tudo isso :)

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